ARTISTAS

CENILDA RIBEIRO

Cenilda Ribeiro (1952-1999) retrata figuras com familiaridade, muitas das quais são identificadas pelos detalhes das vestimentas, através dos quais se reconhece o tradicional jaleco dos médicos ou enfermeiros. A figura masculina está muito presente em seus trabalhos e é sempre mostrada com o rosto de frente, como se olhasse deliberadamente o espectador, talvez como se o interrogasse. Para Cenilda, a escrita é uma constante. Há momentos em que esta acompanha seus desenhos; em outros, somente preenche suas folhas. Por vezes, ela constrói seu desenho a partir de letras, acompanhado de um texto que mostra a ideia de repetição, processo que em muito se aproxima dos recursos da arte contemporânea, embora ela não tivesse nenhum conhecimento desta. Entre as várias internações de longos períodos, permaneceu no HPSP por mais de 30 anos. Seus trabalhos participaram da exposição Eu sou Você (HPSP/Museu da UFRGS) em 2010 com curadoria de Tânia Mara Galli Fonseca e Blanca Brites.

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FRONTINO VIEIRA

Nos trabalhos de Frontino Vieira (1914-1993) há uma vibração de cores dominada por linhas que dançam soltas, formando uma espécie de texto criado somente para seu entendimento, que, como afirma Barbara Neubarth, lembravam ideogramas da escrita japonesa. Por vezes, pela quantidade de trabalhos num mesmo dia, podemos ver bem que ele ia aumentando a quantidade de formas em cada nova folha, como uma sequência, e agora podemos interpretar como uma série ou como um grande conjunto. Pessoa afável, passou parte de sua vida dentro desse manicômio, onde tinha a tarefa de varrer o chão de sua unidade, o que fazia com muito zelo. Frequentou a Oficina de Criatividade desde o início, mas sua idade avançada permitiu que lá estivesse somente por três anos. Seus trabalhos participaram da exposição Eu sou Você (HPSP/Museu da UFRGS) em 2010 com curadoria de Tânia Mara Galli Fonseca e Blanca Brites.

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LUIZ GUIDES

Luiz Guides (1922-2010) passou mais de 50 anos internado no HPSP. Foi um dos primeiros a frequentar a Oficina de Criatividade. Aqueles que o acompanharam puderam registrar como ele foi se apropriando das cores e, aos poucos, construindo de forma espontânea uma identidade plástica marcada pela repetição formal. Iniciava seus trabalhos inserindo números na folha e depois a preenchia com quadrados e círculos que lembravam relógios, nos quais as cores são exploradas com arranjos que surpreendem pela força que instauram. Era uma pessoa de poucas palavras e de olhar sereno. Em 2003, seu trabalho foi apresentado em uma exposição individual no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) com curadoria de Blanca Brites. Seus trabalhos também participaram da exposição Eu sou Você (HPSP/Museu da UFRGS) em 2010 com curadoria de Tânia Mara Galli Fonseca e Blanca Brites, Lugares do Delírio em 2017 (MAR/RJ) e em 2018 (SESC Pompéia/SP) com curadoria de Tânia Rivera. Em 2022, integraram a exposição PO DI UM (CCMQ/RS) com curadoria de Edson Sousa e Elida Tesler.

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NATÁLIA LEITE

Natália Leite (1943-2022) traz para seus desenhos e bordados lembranças de um cotidiano de antes de sua internação, quando vivia em área rural, o que mostra a familiaridade com as formas de animais domésticos como porcos, vacas, cachorros e galinhas. A ânsia de Natália em colocar todas essas memórias em um mesmo espaço faz com que use imagens sobrepostas, conforme se organizam em seus pensamentos ou simplesmente pelo aproveitamento de papel. Essa sobreposição fica muito clara nos bordados executados de forma linear. Seus trabalhos participaram da exposição Eu sou Você (HPSP/Museu da UFRGS) em 2010 com curadoria de Tânia Mara Galli Fonseca e Blanca Brites, Lugares do Delírio em 2017 (MAR/RJ) e em 2018 (SESC Pompéia/SP) com curadoria de Tânia Rivera. Em 2022, integraram a exposição PO DI UM (CCMQ/RS) com curadoria de Edson Sousa e Elida Tesler.

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